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  • Foto do escritorLuciana Werner

Carne Doce, o lockdown e a retomada



O Carne Doce que lançou o seu quarto álbum durante a pandemia e aos poucos vai colocando o carro na estrada novamente para retomar o ritmo de antes.

Batemos um papo com a Salma Jô, vocalista, para saber mais sobre como foi passar por esse período e os planos para o futuro.


® Como foi para vocês lançar o álbum “Interior” em plena pandemia?


Foi complicado porque não pudemos trabalhá-lo da forma como estávamos acostumados, não pudemos desenvolver as músicas ao vivo, o que é uma parte essencial do nosso trabalho, pois é ao vivo que criamos um lastro mais profundo com o público e aprendemos a executar cada música da melhor maneira. E também estávamos com o caixa baixo e não pudemos investir em clipes e outras ações de marketing. Por isso lançamos mais singles antes do lançamento do álbum completo, e depois produzimos e tivemos parcerias para alguns remixes (“Temporal”, “A Caçada” e “Passarin”).

 

® Vocês ainda vão levar esse álbum para a estrada?


Sim, talvez não em um show exclusivo do "Interior", pois sentimos que a pandemia também trouxe uma nostalgia dos nossos fãs pelos álbuns anteriores.

Nos próximos shows vamos fazer um repertório mais amplo, com músicas dos quatro álbuns que lançamos e também músicas inéditas que compusemos agora.


® O conceito do disco nos remete a uma valorização das nossas raízes. De que forma vocês acham que a pandemia aprofundou essa questão na vida das pessoas?


Sinto que a pandemia agravou a polarização, a divisão e a desconfiança generalizada com as instituições e entre as pessoas, o que já estava ocorrendo de forma geral no mundo. Em parte, a importância que a identidade ganhou nos últimos anos tem a ver também com uma carência de ideais e símbolos coletivos e com a dificuldade de comunicação.

Acho que, de certa forma, o "Interior" reflete um pouco dessa busca e dessa carência e, por isso, talvez tente resgatar o que nos une e questionar o que nos divide. Isso passa pela questão das nossas raízes também.




® Vocês são um casal e parceiros de trabalho ao mesmo tempo. Então, acham  que o confinamento rendeu mais música ou DR?


Mais música! Eu tive momentos de muita ansiedade e um pouco de depressão e bloqueio criativo. Mac lidou melhor com a pandemia. O que salvou foram algumas lives da Carne Doce e o projeto acústico em duo que lançamos no começo do ano, “Salma e Mac”. Fizemos músicas novas tanto com a banda quanto em duo.


® Vocês fizeram shows em Portugal e na Inglaterra quase no início do lockdown. Como foram esses shows e quais as expectativas para essa volta gradual da cena musical?


Foram incríveis, dos cinco shows com a banda em Portugal, três foram lotados, com pessoas viajando pra ver a gente mais de uma vez. Em Londres fizemos um show acústico em duo, com casa cheia e a recepção foi ótima. Quando voltamos pra casa depois dessa turnê, estávamos cheios de planos de repetir e dobrar a experiência.

Agora estamos começando a retomar lentamente os shows presenciais no Brasil, a estudar a possibilidade de retornarmos com a banda à Europa em 2022 e de fazer uma turnê nos EUA com o projeto acústico.


® Luciana Werner

Photos . Daryan Dornelles

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