Bob Cotrim
Rod Krieger aperta o play e mostra o seu disco preferido para cada momento

Quem gosta de música sabe que, para embalar momentos especiais, sempre aparece um determinado disco na cabeça, uma espécie de trilha sonora que torna essas situações ainda melhores. E cada um usa critérios bem particulares para fazer suas escolhas. O músico, compositor e produtor brasileiro Rod Krieger nos revela quais são os seus preferidos para algumas ocasiões específicas.
Krieger começou sua carreira em bandas como Os Efervescentes, Os Gabardines e Cachorro Grande.
Atualmente, vem se dedicando a projetos solo e, em 2020, lançou, em Portugal, o disco “A Elasticidade do Tempo”.
Para 2022, ele está produzindo o álbum do rapper de origem Guarani Owerá (Kunumi MC) e vai se reunir com a sua antiga banda Cachorro Grande exclusivamente para fazer um show no aniversário de Porto Alegre no próximo ano.
® Um disco para começar o dia.

Acredito que na parte da manhã o Neil Young pode ser o melhor amigo do homem. Gosto de arrumar o jardim na parte da manhã escutando os discos dele, principalmente os quatro primeiros. Se tiver que escolher um, eu coloco o "After Gold Rush".
® Um disco para para ouvir na estrada.

O “Blonde on Blonde”, do Bob Dylan, é o meu companheiro de aventuras. Com certeza é um dos álbuns que mais tocou nos meus headphones enquanto eu estava na estrada.
® Um disco para ouvir bebendo.

Fica difícil escolher isso até mesmo dentro da discografia dos Rolling Stones. Os discos dos anos 70 de rock em geral são incríveis para se escutar apreciando um drink. Se pegarmos os discos clássicos e colocarmos em volume alto com a geladeira cheia não tem erro. Mas, como tenho que escolher um, fico com o “Exile on Main St”, dos Rolling Stones, por ser duplo e, assim, me dar mais tempo para beber.
® Um disco para ouvir com os amigos.

O disco do “Clube da Esquina”, do Milton Nascimento, talvez seja um dos mais cotados para o cargo. Ele consegue entrar em todas as bolhas e ser bem recebido!
® Um disco para relaxar.

Tenho escutado muito um disco do John Pizzarelli, com ele tocando versões dos Beatles, “Meets The Beatles”. Elas são super leves e relaxantes. É bom para desligar um pouco e escutar algo diferente porém familiar.
® Um disco para extravasar.

"Who’s Next”, do The Who, é uma boa pedida. Uma paulada atrás da outra, bom para ouvir alto e criar forças para chutar o balde.
® Um disco para irritar o vizinho.

Na verdade, meus vizinhos me amam e adoram minha trilha sonora. Mas as vezes eu volto para a minha fase metaleira e acho que eles devem ficar até um pouco preocupados, achando que ocorreu algo. Mas o “Chaos A.D”, do Sepultura, voltou na minha vida de uns tempos pra cá e tem atrapalhado o descanso da vizinhança.
® Um disco para namorar.

"The Beatles Love Songs”. Esse disco não tem erro!
® Um disco para terminar a noite.

Sempre chega uma hora em que é bom colocar um Bob Marley para dar uma acalmada na geral. “Exodus” pode ser uma boa, até mesmo quando se está sozinho. Gosto de acabar o dia ou a noite na mas de Jah.
® Um último disco antes de morrer.

“Revolver”, dos Beatles, é o meu disco favorito de todos desde muito criança. Ele me acompanhou em todas as fases da minha vida e seria ótimo finalizar a minha jornada neste plano com ele. O mais doido é que “Tomorrow Never Knows” seria a última música que escutaria na vida!
® Bob Cotrim
Photo . Daryan Dornelles